domingo, 18 de setembro de 2016

Por que temos que envelhecer para aprender?

Hoje, organizando algumas atividades, precisei acessar, depois de muitos meses, minha conta microsoft. Sou usuária do Google e utilizo o Gmail como o centro de tudo que possuo, inclusive este blog. Logo, minhas contas de e-mail ficam centralizadas numa conta só.
No entanto, devido à necessidade de usar o serviço do OneNote (caderno virtual que ajuda a organizar as atividades de estudo por exemplo), acabei sendo direcionada aos meus arquivos do OneDrive.
Na remota época do MSN, eu usava muito minha conta Hotmail (que depois mudou para live mail) e com isso também usava o drive virtual, onde colocava alguns arquivos para backup ou compartilhamento.
Com a chegada do universo Google, que hoje te permite ter praticamente uma área de trabalho online, passei a usar o Google Drive.
Mas não quero falar aqui de tecnologia. Na verdade, quero falar do que encontrei no OneDrive. Muitas fotos e vídeos da minha adolescência.
Como já citei em outras postagens, mudei de cidade ao fim da faculdade, com isso muitas amizades ficaram por lá, na cidade natal. Por vezes gosto de rever as fotos. Mas hoje algo veio a minha mente. Me lembrei de quem eu era, ativa na igreja da qual participava... cantava, dançava, regia um  grupo de jovens...
Graças a Deus por gastar minha adolescência em um ambiente cristão e abençoado. Mas como toda comunidade, uma igreja é formada por pessoas, e ali tive também alguns conflitos, discordâncias, decepções.. etc.
Olhando hoje as fotos, percebo que, se fosse nos dias atuais, com certeza agiria de forma diferente sobre muitas coisas.
Engraçado que somente depois que o tempo passa e ganhamos mais idade (algumas situações ocorreram há mais de dez anos) que percebemos que não vale a pena se estressar por pouca coisa. Quantas coisas eu poderia ter deixado passar, quantas atitudes eu não tomaria ou tomaria se fosse hoje. Isso se aplica a todas as áreas das minhas relações pessoais.
Estava há uma semana atrás com alguns amigos, também da minha cidade natal, falando sobre a época da escola, desde o fundamental até o ensino médio. Lembrávamos de como era nosso comportamento, como éramos tímidos e inseguros quanto ao nosso modo de ser. E como com o tempo, fomos pegando segurança e percebendo que não precisamos ser aceitos por todos para sermos felizes e que os amigos de verdade estarão do nosso lado justamente por sermos quem somos.
É interessante como só conseguimos enxergar melhor a vida com o passar dos anos. Quanta coisa eu não faria, ou faria de outro jeito. Quantas oportunidades perdidas por medo ou insegurança. Quantas rixas por coisas tão banais e quanta paixão por coisas passageiras.
Sempre fui do tipo incisiva, que brigava pelo que acreditava. Antes eu era medrosa e não reconhecia minha personalidade. Depois, que a descobri, a extravasava sem piedade, sem restrições. Pessoas passionais e sanguíneas sabem bem a dor e a beleza de ser quem são: apaixonantes e irritantes, uma intensa delicadeza. :D
Porém, com as situações que passei até aqui, posso dizer que Deus de fato faz todas as coisas contribuírem para o nosso bem, de modo que não me lamento pelo passado, pois tudo tem seu propósito. E as vezes o proposito do erro é o acerto bem feito.
Atualmente eu definiria minha personalidade como um fogo que vem se abrandando de maneira que queime somente o que é necessário. Intensa mas com temperança. Não que eu seja perfeita. Daqui há mais 10 ou 15 anos olharei pra trás e  verei mais lições que terei aprendido.
Mas é gostoso olhar o passado e ver no presente quanta coisa conseguimos melhorar. Por que temos que envelhecer para aprender? De fato, concisa desta premissa, creio que podemos começar desde agora a atentar pras lições para que nos arrependamos menos do que fizemos ou deixamos de fazer, para que percamos menos tempos com coisas sem valia e nos dediquemos ao amor, à família, aos amigos e às boas coisas.



As experiências de vida aumentam nosso conhecimento sobre Deus, sobre as pessoas e sobre nós mesmos, o que é o mais doloroso e ao mesmo tempo saboroso. Conhecer a si mesmo é vital para uma vida sadia. Conhecer as pessoas, seus padrões, nuances e falibilidades, nos faz ter mais compaixão, menos expectativas exageradas e mais fé no amor. Conhecer a nós mesmos nos faz aprender a perdoar mais, tendo em vista que tomamos conhecimento dos nossos próprios erros. Nos faz sermos mais comedidos no falar, nos sentimentos e ouvir mais a razão e menos a emoção.
Por fim, conhecer a Deus é essencial, pois somos capazes de melhor identificar a sua voz e direção, sem confundir a voz do coração com a voz do Espírito Santo. Muito menos, nos deixarmos levar por ideologias humanas ou prisões religiosas, ou até mesmo superstições, não condizentes com a Verdade. Além disso, podemos enfrentar melhor uma adversidade relembrando o que ele já fez e que ele tem sempre algo a nos ensinar e que as vezes só não temos algo não porque ele simplesmente não permitiu, mas porque nós não nos dispomos da forma correta ou tivemos medo.
Mas sob sua direção, ele sempre nos coloca de volta ao caminho certo e as lembranças se tornam guias para fazer melhor enxergando um futuro de esperança com firme propósito.
E que não seja preciso ficar mais velho para buscar a melhora pessoal dia após dia. Que não seja a falta que nos faça valorizar o ter. Que sejamos seres ensináveis vivendo a vida da melhor maneira que Deus deseja que vivamos, em amor, fé, paz e ousadia, crescendo uns com os outros.

Live the Life.

byPIU