quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

SUA CASA É SUA MENTE

 No meu ultimo post eu falei sobre meu recente retorno a minha cidade natal. Falei sobre um sonho recorrente que eu tinha e o entendimento que tive dele.

Um mês após o post começo a vislumbrar melhor que a casa era minha mente, não a cidade etc. Durante esse tempo de 2009 a 2017 mais ou menos, eu vivi muitas coisas que foram causando sequelas emocionais. E eu vinha passando desde 2018 por um processo de conscientização de mim mesma e de desapego de situações do passado.

As decepções acabaram criando em minha mente uma ideia errada de mim mesma, muito diferente da que Deus tem de mim. Foi durante o processo de experiência com teatro que isso começou a mudar. Depois veio o lançamento musical e com a arte Deus começou a lapidar o ouro que havia dentro de mim. Quantas vezes orei a Deus frustrada pois não conseguia me expressar artisticamente e sentia-me menos capaz que os demais. Quantas músicas escritas eu achava que jamais seriam ouvidas. E nessas experiências artísticas (teatro musical, lançamento de canções autorais, workshop de palhaçaria e trabalho com crianças) me fizeram revelar quem eu realmente sou. Quem sempre fui mas vivia adormecida pela timidez, complexo de inferioridade e crenças limitantes.

Deus já vem forjando em mim sua guerreira mas, aquele apartamento bagunçado era meu estado emocional. Tudo que eu vive de mudanças, desapegos foram me faze do ficar emocionalmente cansada e toda vez que Deus vinha me revelar um pouco mais de minha identidade Nele, eu voltava pra catar as coisas velhas dentro de mim e ficava ansiosa, depressiva, achava que tudo estava contra mim.

Isso tudo acabava afetando meu lado impulsivo do TDAH. Comia demais, comprava algo fora do momento ou simplesmente gerava tédio e insatisfação com meu presente. Totalmente o contrario das verdades que Papai vem ministrando em meu coração estar contente, ambicionar mais as coisas intangíveis que as tangíveis, etc.

E ai eu escrevi no ultimo post que voltei a casa dos meus pais "sem aas conquistas" que eu e as pessoas (família, sociedade, amigos antigos) julgam ser o símbolo de conquista. Quer coisa que mais reforça o ergo e o status de que alguém tem alguma coisa na vida do que o carro?

Mas se racionalizarmos, o carro é um passivo, sendo necessário quando de fato precisa ser utilizado e sua não aquisição geram mais custos do que tê-lo.

No meu caso, morando em Niteroi nunca precisei. Tenho amigos que tinham carro e venderam pois morando e trabalhando na região central não tinham necessidade de ter o carro para nada. Sobre o apartamento, isso é algo que eu desejo um dia ter, imovel. Mas não necessariamente um apto.

Sempre pensei em ter um terreno e ir construindo minha casinha aqui em minha cidade natal do meu jeito. E a pressa de ter tudo faz a gente desistir. Mas é algo super possível e alcançável a longo prazo.

O casamento? Isso Deus me mostrou, com as ultimas tentativas frustradas, que ocorrerá no tempo DELE. Não adianta as pessoas ficarem dando opiniões, tentando ajudar e tal, se não for a hora. E se eu não tiver aprendido a me enxergar como o devido valor.

Essa questão da identidade e da autoestima é muito séria, além é claro de poder focar em uma terapia que eu possa trabalhar meus pontos de prejuízo do autismo. Tudo isso é um processo, leva tempo e eu preciso descansar que Deus sabe exatamente a hora em que eu (e a pessoa que ele tem pra mim) estaremos prontos para formarmos uma família. Estar solteira me acarretar muitas vantagens.

No estresse mental que eu estava, ter alguém parecia a solução pra tudo. Afinal as pessoas olhariam pra mim e também indicariam um check de sucesso. Eu estava projetando uma vida que agradasse os outros, não a mim. Durante o processo de discipulado que fiz em 2020 com a Líder do Louvor da minha igreja, ela sempre batia nessa tecla. Sem eu perceber eu sempre projetava meus sonhos pensando em como eu poderia estar retribuindo, ajudando ou em conformidade com os outros e não sendo uma realização minha mesma. Essa visão deturpa todas as minhas escolhas pois nunca vou estar satisfeita enquanto projetar em mim os desejos dos outros.

Agora passados 1 mês de estadia aqui, percebo que o 1º objetivo de Papai em mim aqui é descansar a mente, estar perto dos meus pais e conhecer melhor como posso de fato ajudá-los (ficava muito preocupada em ajudá-los financeiramente, mas tem outras coisas no dia a dia que são mais importantes que dinheiro. Coisa simples que ajudam muito e eu, sendo a filha solteira, acabo podendo ajudar mais. Percebi também que após a pandemia, devido a meu ranço que tomei de ônibus, acabava tendo que alugar carro o que reduziu minhas vindas para casa. Antes eu vinha todo mês e isso mantém meu equilíbrio emocional (meus pais me fazem bem) e também mantinha meu elo com eles mais forte.

Então, parar de frescura é a segunda lição. Eu acabei, por ter dividido apto, morado em republica e tal, querendo viver uma vida que AINDA não é o momento de viver. Nunca liguei para coisas materiais. Dinheiro pra mim é meio, não um fim. E de repente por conta de ficar me sentindo menos "afortunada" que os outros, comecei a querer um apto melhor, ter coisas e até meu amor por viagens foi ficando de lado.

Esse tempo aqui, na simplicidade do meu antigo lar, no meu quarto, resetei a cabeça e vi que preciso de muito pouco pra me sentir confortável. Também não preciso estar no mesmo nível que os outros. Meu caminho é meu e devo trilhá-lo conforme ele vai se abrindo a minha frente.

Aí entra a 3º lição que é a gestão financeira. Eu não sou gastadeira. Não compro coisa supérfluas (a não ser quando to emocionalmente mal aí corro o risco). Mas geralmente tenho meus tetos de gastos. Mas pra tentar viver essa ideia eu estava disposta a pagar mais pra viver essa imagem que eu mesma criei que deveria indicar meu sucesso.

Estava causando desequilíbrio por nada. Quando eu desço as expectativas minhas e paro de me preocupar sobre o que estão esperando de mim, eu passo a viver de acordo com o que eu realmente preciso. E é bem pouco. Sendo assim morar em cidade grande não é o caro, mas como eu gerencio isso.

E o principal, serviço na igreja. Passei uns 3 anos me sentindo em busca de um lar (comunidade cristã). Na verdade acho que até mais de 3 anos. Fiquei uns 6 anos em uma igreja onde apesar de gostar muito, não tinha constância de comunhão. Muito grande e com células que se multiplicavam em menos de um ano, eu não conseguia criar vínculos e isso foi em tornando uma pessoa isolada.

Quando, após terminar os distanciamentos sociais orei a Deus sobre um lugar, ele foi muito claro em relação a onde eu estou hoje. E assistindo ao Especial de Natal (vou deixar o link ao final do texto) vi que é lá que Ele quer que eu esteja servindo. Que não acabou. Minha ideia era ir 2x no mês pra lá, mas já colocando no papel e realizando vi que isso não se sustenta pro muito tempo.



Sendo assim, entendo que meu tempo aqui pode ser mais curto do que eu imaginei. Que eu posso sim continuar florescendo, prosperado e vencendo na cidade grande e que a bagunça não era a minha mudança mas minha cabeça. Nossa casa é nossa mente.

Quando nossa mente está zuada, não importa o lugar, iremos sofrer. Quando estamos saudáveis, as decisões serão melhores, as dores serão curadas mais rápido e a tendência é tomar menos atitudes de impulso e se preocupar menos em agradar o outro.

Deste modo, acho que meu tempo aqui vai se encerrar em breve. Mas o elo está mais forte e estarei sempre aqui.

Ah, no profissional. Falei desse ponto também. Incrivelmente vejo como Deus foi gracioso e como foi necessária a ruptura que sofri. Estou vivendo um desafio grande mais dentro do que eu posso encarar e das minhas experiências. Em um ambiente estável e saudável que com certeza vai me proporcionar mais um tempo de sossego para ir atras dos sonhos de Deus pra mim.

É isso. Eu sou emoção então preciso sempre deixar Deus me equilibrar e me mostrar o caminho. E esse caminho é DELE pra mim, náo o que os outros acham. O medo me faz ceder a vontade dos outros. A coragem me faz correr para o que Deus tem pra mim, mesmo que pareça incoerente para os outros.

"É um caminho incerto, não um caminho errado".

Segue o link do especial de Natal.

ESPECIAL DE NATAL PLENA ICARAÍ

byPIU