segunda-feira, 20 de junho de 2022

Hipersensibilidade



 Deve estar fazendo um ano que comecei a tratar a ansiedade como algo clínico. Hoje eu estou de TPM e atrasei o medicamento 1 dia.

Há tempos que eu me identifico como uma pessoa hipersensível. Calma, hipersensibilidade não é ser manteiga derretida ou melindrosa. É ter os sentidos hiper aguçados à dor do outro, se importar com os sentimentos dos outro e até mesmo perceber as nuances das das personalidades das pessoas de forma mais profunda que o normal. Isso não é coisa de exoterismo, é uma dessas coisas novas que chamam de distúrbios emocionais.

Mas, geralmente pessoas hipersensíveis são boas ouvintes, desenvolvem empatia com facilidade podem usar toda essa sensibilidade para o bem. A questão é que o hipersensível sofre. E muito.

A ansiedade é um dos sintomas comuns do hipersensível. Isso também é comum em neuro atípicos. Na verdade pretendo um dia fazer o teste pra parar de ouvir das pessoas “mas você não parece ter nada disso”.

Enfim, escrever é algo que me ajuda muito a lidar com esses sentimentos agudos. Desde muito pequena me lembro de amar cadernos e colocar neles tudo o que sentia e não sabia falar pra ninguém. Foi na pré-adolescência que, no meio das frustrações e conflitos normais dessa fase, que desenvolvi ainda mais o hábito de escrever e também quando descobri a composição musical. 

Aí hoje, depois de muito tempo, me senti tratada com indiferença por pessoas que eu julgava estar se tornando minhas amigas. Fiquei triste. Mas tudo bem. Não tenho mais idade pra bobagens de ciúmes ou disputas entre mulheres. Já vi muito e não tenho mais paciência.

O que me chateia mais é como essas coisas ainda me afetam. Quando penso que não lá vem a hipersensibilidade dando sua revoada em meu peito. 

No fim das contas pode ser tudo coisa da minha cabeça. Mas nunca é. Pode crer. O pior de ser hipersensível é sempre (ou 99,99% das vezes) estar certa. Mas é claro, existem os 0,01% nos quais eu aprendi a me apoiar pra continuar sendo legal.

Mas penso, quem sou eu? Será que isso tudo que eu sinto, ansiedade, hipersensibilidade, drama, empatia dolorida, não é o que eu realmente sou? Será que não é o que Deus me criou pra ser e eu só to canalizando da forma errada porque fico tentando me encaixar no perfil “normal” e blazê que a maioria das pessoas preferem viver?

Eh, um dia eu descubro. 

Oh, Espírito Santo! Você que é muito mais sensível que eu, muito mais apaixonado que eu, que sente a dor do nosso peito de forma muito mais profunda e real do que qualquer outro ser neste mundo! Oh, querido amigo, que mora dentro de mim! Use-me para ser um refúgio e porto seguro pra quem precisar, e não deixe meu ego mesquinho me confundir na jornada. Eu sempre digo “eis-me aqui”, não é mesmo? Me perdoe por reclamar quando não me sinto “reconhecida” pelas pessoas por aquilo que fiz pelo poder da tua graça e não porque sou boa. Cuida de mim.


Amém.


#bypiu