quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Homem de Aço - Uma análise crítica

Acabei de assistir ao filme "Homem de Aço" que é a mais nova reescrita da história do super herói mais famoso de todos os tempos para as telas do cinema.
Estava com bastante vontade de assistí-lo. Ouvi algumas pessoas dizerem que era legal, outras que nem tanto, e então resolvi tirar minhas próprias conclusões e, após assistí-lo, meu senso crítico foi mexido e por isso preciso estar aqui escrevendo no blog (que por sinal fazia tempo que não escrevia).
Bem, gostaria então de fazer uma análise deste longa sob diversas óticas.

 A primeira e a mais evidente de todas, durante todo o filme, a analogia esdrúxula que é feita a Jesus Cristo! Assim como Jesus, Kal - El é filho de seres superiores a nós humanos (Lara e Jor) que o enviam a terra com uma missão altruísta de poupar a humanidade de se destruir, tal como Kripton se destruiu. El, que significa deus (ou ser elevado, acima), não é um nome vão ao personagem, tendo em vista que ele será visto como um deus para os terráqueos. Assim, os pais de Clark Kent podem representar Maria e José, que são pessoas simples e humildes, sem filhos, que recebem a graça de criar o "salvador".



Daí podemos notar o desejo humano de se ter algo ou alguém em quem se apoiar. Como na mitologia grega, nórdica ou demais, o Super-Homem representa a imagem do deus que todo ser humano acha que Deus deveria ser: belo, forte, poderoso, imbatível porém, cheio de nosso senso falho de justiça e necessitado de um amor carnal (porque até os deuses se apaixonam!).
Numa visão cristã genuína, porém, o superman pode ser mais comparado ao anticristo, pois como é citado na bíblia, é imortal, invencível e de boa aparência, de modo que todos o adorarão e o amarão, depositando nele toda a esperança do mundo. Jesus, ao contrário, foi alguém sem beleza ou formosura, simples, não mudou seus trajes de pastor de ovelhas ao completar 33 anos por um mais reforçado e digno de um "deus" (sim essa é outra semelhança: Kal-El assume sua missão ao completar 33 anos, tal como Jesus), pelo contrário, procurava muitas vezes fugir dos que o desejavam promover de forma inadequada, guardando-se para o momento certo que, desde pequeno sabia que chegaria. Ao contrario do super-homem, ele não precisou de lições de José pra entender quem era. Quando resolve estender sua visita no templo para ficar junto aos doutores da lei, ensinando e degustando dos ensinamentos da lei e de Deus, seu pai, ele já estava cônscio de seu chamado. Mas, afinal, quem se interessa por um deus assim, tão aparentemente frágil? Um deus que precisa jejuar por 40 dias e 40 noites? Um deus que cura pessoas marginalizadas, multiplica alimento, ressuscita mortos.. pra quê? Preferimos um deus que saia voando pra lá e pra cá com uma roupa coladinha e super cheia de poderes, que impeça as guerras, os assaltos, que cuide dos bonzinhos e aniquile os malzinhos.


Nesta análise, podemos ver que o Superman nada mais é do que a personificação da ideia errônea que temos do que é estar a salvo, do que é ser um deus e do que é justiça. Super homem nos salva da guerra, dos crimes, dos desastres, ou seja, protege nosso corpo mortal. Jesus Cristo nos protege do mal que pode matar a nossa alma. Desejamos estar no controle de tudo e não depender de ninguém para resolver nossos problemas, ter super poderes e etc. Assim, os nossos deuses, mitos e super heróis nada mais são do que a caracterização desse desejo. Mas, Deus prova seu poder através do amor, e prova seu amor através da morte de seu único filho Jesus, de forma humilhante, como um bandido, na cruz. Nossos olhos não viram, e até hoje procuramos ver o carnal, o tangível para crer no poder de Deus. Mas ele nos libertou da morte e do inferno, e de toda escravidão espiritual, ressuscitando após 3 dias (o que para nós, para um deus, demorou muito; poderia ter sido imediatamente, ou nem ter sido morto; poderia ter explodido todos os maus). Ele cuida do que é eterno, da nossa alma e não do nosso corpo, que é uma morada passageira.

Norte Americanos e suas idéias ! Durante o filme, além de logicamente vermos a bandeirinha americana tremular diversas vezes, podemos ver como eles adoram reviver o 11 de setembro no cinema. Não consigo me imaginar vivendo em Nova York, tendo presenciado a queda das torres gêmeas e, ao assistir a cenas de caos e terror  tais como as desse filme, não me sentir aterrorizada. Acho que não conseguiria nunca mais ver esse tipo de coisa. É triste, mas parece que a guerra e o caos está no sangue dessa gente e, mesmo sendo machucados por ela, eles a amam. E mais uma vez, o super heroi de vermelho e azul (cores da bandeira dos EUA), salva a metrópole e mantém tudo sob controle. Afinal, "o que é mais americano do que o Kansas", como diz o próprio personagem em uma das cenas finais. Engraçado também quando, no momento em que a humanidade recebe o comunicado de Zod e seu intento de extirpar os seres da terra, quando exibe-se pessoas de diversas nações e lugares do mundo, todas aparecem menos favorecidas, pobres, desprotegidas, indefesas e sem capacidades tecnológicas, a maioria em cabanas, por exemplo. Mais uma vez nota-se o sentimento de superioridade "americana" explícito no filme.



Onde está o romantismo? Já se foi o tempo em que Lois Lane era uma mulher frágil que seria socorrida no ar pelo Superman porque foi atacada por um malvado qualquer e se tornaria apaixonada pelo Super Homem ao mesmo tempo que desprezaria o Clark Kent bobão. Isso não cola mais, neh! Esse negócio de disfarces, dizer que um simples óculos faz de você outra pessoa, totalmente irreconhecível também não está com nada! Vamos por mais realidade nisso!
Eu concordo que a histórinha do superman tem seus bugs que não colam mais, porém sinto falta da ingenuidade do romantismo que brilhavam muito mais nas telinhas de anos atrás. Mas a prioridade agora é ter muitas cenas de luta, guerra e ação. Por vezes me pergunto se estou vendo um filme ou um video game, pois cada vez têm-se menos esforço físico dos atores e mais efeito de computação gráfica nas telas. O "tentar" tornar mais realista acaba tirando a graça do cinema que é justamente nos tirar da realidade e dar asas ao mundo mágico da imaginação. Quem assistiu "A invenção de Hugo Cabret" vai entender bem do que estou falando.


Final Surpreendente! (Spoiler pra quem não viu) Durante todo o filme, o general Zord é quase invencível! As lutas travadas entre ele e o super homem são intensas e parece que nada poderá fazer terminar. Começo a pensar que o Zord será enviado para alguma estrela em outra galaxia, será aprisionado em outra dimensão, e tal. Até que, surpreendentemente, ele é morto da maneira mais tosca possível, como em qualquer filminho de correr ou morrer do Bruce Willis ou Tom Cruise. O super homem simplesmente quebra o pescoço do temível general com uma chave de braço. Ocorreu a mim de imediato ao ver essa cena: porque ele não fez isso antes? Se era só isso, porque tanta luta? Pra que destruir meia cidade, matar um monte de gente (sim, porque, apesar dos personagens principais e coadjuvantes terem vivido, seria impossível não morrer ao menos milhares de pessoas com aqueles arranha-céus todos desabando) se era tão simples matar o cara?! Aff! Enfim! É tudo mentirinha mesmo... Não é a toa que aqui no Brasil, pelo que sei, a bilheteria caiu pra segunda colocação com a estreia de "Meu Malvado Favorito 2", que por sinal é muito mais valioso de se ver!



Enfim, para um filme de ação, ele pode ser considerado razoável. Tem muitas cenas legais e eles abusam dos efeitos especiais. As naves também tem um formato mais original, apesar de sempre terem aquele aspecto achatado que toda nave ET possui nos filmes. Também tem gente briguenta pra todo lado, draminhas e, o melhor, toda a beleza e graça do ator Henry Cavill que faz valer muito a pena assistir ao filme (às mulheres). Ele é com certeza o melhor (em beleza) super homem de todos os tempos, na minha opinião!
Que tal?


:D

#fui

byPIU

Nenhum comentário: